segunda-feira, julho 30, 2007

Bergman

hoje digo adeus ao homem que me ensinou a ver cinema com o coração e me explicou a fragilidade da condição humana.

quinta-feira, julho 26, 2007





Alma demais para viver, alegria da minha vida!

Ai! tanto sonho desfeito! Ai! tanta vida perdida!*

*legado auditivo


Este sábado ...

... além do Señor Coconut, há Bailarico Sofisticado com este senhor a pôr música!



Escuta, Zé-ninguém: já há muito que andava para te dizer umas coisas. Mas tu só dás ouvidos aos grandes, gostas de te sentir submisso. Afinal, o que farias se te visses livre?
És um pobre coitado, medroso, cobarde, ignorante e naturalmente deprimido. Desprezas-te a ti e aos outros, meu enfermo maldito.
E se te interrogo, respondes-me: «mas que posso eu fazer?». És assim e não queres ser diferente. Aliás, a mudança arrepia-te e perturba-te a segurança medíocre que cuidadosamente alimentas dia após dia. Meu desgraçado, quem és tu para teres direito a opinião própria? Em casa dás pancada na mulher e nos filhos, na taberna embebedas-te como um porco e ainda te restam forças para conspirares contra mim!
Que hei-de fazer, meu grande malandro? Não tens onde cair morto nem vivo. Cultivas a tacanhez, a cobiça e a inveja como um jardineiro planta as ervas daninhas no seu próprio jardim. És assim porque queres, meu grande cão. Enquanto queimas criaturas em fornalhas contínuas a responder-me: «mas que posso eu fazer?».
Não percebes, meu aldrabãozeco, que todos os grandes pecados da humanidade começam nos pequenos actos tolos que cometes no teu dia-a-dia!? Sim, Zé Ninguém, tu mesmo, estou a falar contigo. Chamas-me utópico e intelectualzinho de merda enquanto tu vives na miséria, matas a própria esperança e a dos teus filhos e ainda berras “Vivas”. Ao sábio chamas larápio e gritas: «Agarra que é judeu, agarra que é preto, agarra que é marroquino». Gritas porque tens medo, meu energúmeno narcísico. Pensas sempre na satisfação dos teus pequeninos prazeres e nunca no bem geral.

És assim, Zé Ninguém. «Que posso eu fazer?». Preferes a tasca a uma biblioteca, a televisão a uma passeio com os teus filhos, a jogatina a uma noite de amor com a tua mulher. És incapaz de criar, de dar sem receber e vais sobrevivendo com a parcelazeca do teu quinhão de ouro. Sofres de peste mental, meu ladrãozeco de queixumes: «Ai que me dói uma perna, aí que me dói uma unha, aí que estou tão mal, aí que ninguém sofre tanto como eu, mas que hei-de eu fazer?».
És assim, Zé Ninguém. Veneras os teus inimigos e matas os teus amigos.

Mas afinal, porque desistes dos teus sonhos Zé Ninguém?






Ah animal, soubesse eu calar a tua voz interior de uma vez por todas!




Wilhelm Reich - Escuta, Zé Ninguém!

cantigas com sabor antigo#




yeah yeah yeahs - maps


Pack up
I'm a stray enough
...
Say say say you'll ....

... Wait ...


They don't love you like I love you





mais um dia que começa no aconchego do vazio

sexta-feira, julho 13, 2007

este fim de semana ...




don't step on my white-green-stripped shoes

quinta-feira, julho 12, 2007

musicas orelhudas




É uma música de anúncio.
Talvez só uma música bem conseguida que se cola ao ouvido,
anda às voltas na cabeça e sai em forma de assobio.
Cai bem.
Por agora é só.


quarta-feira, julho 11, 2007

quem canta seus males espanta # 1



We've been searching now forever
And it's right behind the door

(heartelss bastards)



sexta-feira, julho 06, 2007

até já



os red house painters a cantar no fim-de-semana...

quarta-feira, julho 04, 2007



a ouvir: os autralianos "the avalanches"

(ou pelo menos esta música)


não podendo falar para toda a terra direi um segredo a um só ouvido
luiza neto jorge

terça-feira, julho 03, 2007

animal colectivo

Uma vez construí uma história que começou num caleidoscópio.

E o princípio da história era bonito. Tinha a magia e a surpresa de todos os inícios de histórias.

Mas o fim das histórias não somos nós que as escrevemos.
Há momentos em que queremos impor às histórias um sentido sem sentido.

E só descobrimos que as histórias não passam de histórias quando nos distanciamos delas.
Aí elas ganham a grandeza que realmente tiveram. A de histórias bonitas. Grandes no seu tempo. Intemporais na memória mas finitas na marca que nos deixam.

Tornam-se amareladas as histórias, como fotografias gastas. E na nossa cabeça o seu tempo também se esbate.
Já não conseguimos lembrar-nos do que se sentia nem de como o coração batia na presença ou na ausência.
Os cheiros só voltam fugazmente.

Foi o passado que ali ficou, sem sentido posterior ao presente em que se desenrolava a trama.

As história intemporais não existem para serem contadas.
Existem porque as respiramos e hoje
são a nossa pele.

Mas as memórias são uma coisa boa e gosto de me lembrar delas no presente.


Isso porque até hoje lutei sempre por beijar no rosto qualquer passado que me tivesse arrancado um sorriso ...



e continuo a gostar de caleidoscópios ...



há dias, como hoje, em que não sinto nada.
pelo menos aqui o céu é azul.

segunda-feira, julho 02, 2007

Diz a Francisca que disse a Ana que o Mark Kozelek (que era o homem com quem eu dizia que ia casar mas há um ano que mudei de opinião e isso agora também é assunto que não vem a ele - ao assunto, claro está) vem ao Santiago Alquimista, em Outubro. Isto é para dizer à Vanessa que tenha calma e que então não compre ainda os bilhetes para o concerto do senhor, no Shepherds Bush Empire, em London city.
E Vanessa, se me estás a ouvir, eu vou ver-te na mesma, quer venha o Kozelek cá quer eu tenha que ir aí dar-lhe uns apertões.
Entretanto vou investigar essa vinda do amigo americano a terras lusas.




Sim, porque da última vez que o senhor veio cá eu mexi o meu rabinho até Famalicão e, eis que quando lá cheguei o menino (que diz que gosta muito de Portugal e que até deu o nome da nossa sopa - Caldo Verde - a uma sua label) tinha cancelado o concerto horas antes do seu início.
E diz-se que aterrou no aeroporto Sá Carneiro e que se ficou pelo Porto a mamar imperiais. Respeito muito porque também sou apreciadora de pinga. Contudo na noite do concerto fiquei apeada em Famalicão (terra bastante feia, perdoem-me os "nativos") sem maneira de voltar para Coimbra e sem ter tido o prazer de ouvir o Kozelek.
Graças ao Pedro regressei a casa sã, sem ter que pernoitar em Famalicão. Admito que ganhei um certo pó ao senhor. Considerem isto um desabafo.