sexta-feira, janeiro 13, 2006

Há horas em que o futuro parece distante a estrada alonga-se sob os nossos pés.
A boca sabe-nos às folhas secas que o caminho nos deixou, outrora verdes.
Aos nossos olhos regressam memórias de campos a perder de vista, quando o sol ainda invadia o sentir.
O corpo paira agora na indefinição.
E sente-se um passado. E o tempo transforma-se em matéria. Em mãos que muito tocaram e olhos que tudo viram.
Queima-me a alma o tempo e deixo de acreditar no brilho dos dias que virão.
O dia é hora cinza-prata e névoa e impregna-me o corpo de vazio.

Rendo-me ao sal das horas [matando minutos] e ao medo.
E num corpo alado sobrevôo o caminho percorrido na esperança do reencontro.

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