segunda-feira, novembro 10, 2014

sexta-feira, outubro 24, 2014



















"Go to bed now, it's in your soul"

terça-feira, julho 23, 2013




Nada.
Nem o branco fogo do trigo
nem as agulhas cravadas na pupila
dos pássaros
te dirão a palavra.


Não interrogues não perguntes
entre a razão e a turbulência da neve
não há diferença.

Não colecciones dejectos o teu destino és tu.

Despe-te
não há outro caminho.


Eugénio de Andrade, Véspera da Água [1973]









"E defendo-me da morte povoando de novos sonhos a vida."

in Mesa dos sonhos, Alexandre O'neill



quarta-feira, julho 17, 2013


    © Coração de mãe. Planeta Tangerina. 2008. Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho


regressar em formato duplo.  

quarta-feira, agosto 11, 2010

Um dia fiz três conjuntos de dez anos. Juntei-os em grupos de tempo e pousei-os no degrau da porta de minha casa. Pus-me a olhar esse tempo e tentei perceber o que me saía do coração. 
Vi aqueles tempos ali pousados, repletos de horas, dias e meses e fitei-os como quem observa um filho. Sentia orgulho daquele tempo, de como ele tinha crescido. Lembrei minutos dolorosos, as horas solarengas do coração cheio ... lembrei as marcas que o tempo deixou e reconheci-as no espelho onde me olho. 
Desse tempo, filho da vida passada, além de orgulho, senti o medo de quem sabe que agora o caminho faz-se mais sozinho. O chão pisa-se, a cada passo, com mais força. Do cimo deste degrau, ao lado dos meus três conjuntos de dez anos, e onde o mundo me parecia já diferente, vejo-te. 
Vejo-te melhor quando olho para dentro e tenho menos medo. Pareces mais bonita por te vestires da mulher serena que ainda não és. No coração encontro a saudade das tua alma incerta. Mas corremos ainda as duas, lado a lado. Trocamos piscares de olho e, no silêncio, rimo-nos cúmplices daqueles que dizem: - "Estás na mesma!"
Partilhamos este coração, "independente" como o baptizaram um dia, roubando o nome à música.  
O tempo passa e o coração não deixará de bater. 
E no bolo não pusemos velas, que o tempo não sabe soprar.




quarta-feira, julho 28, 2010



Conheci-o num Natal. O tempo passou e a sua música foi uma constante nos meus dias, trazida pela mão de quem já o conhecia de longa data. Foi entranhando-se a sonoridade, nova a cada audição. Brilhante, carregada de génio e de qualquer coisa que eu não sabia. Agora já sei. E não sei explicar ... mas sei que me apaixonei. 


Um documentário brilhante sobre um homem maior.

sábado, julho 24, 2010





[...] Let's both get on that rocket to the stars [...]

sexta-feira, julho 23, 2010

Um dia mudei de latitude. A vida passou-me à porta e fui com ela. Deixei para trás um tempo pesado que dormia sobre os ombros. A incerteza mantém-se, mas agora vivo. Neguei o exercício da sobrevivência, do dia atrás do outro e de anos possíveis de dias copiados. Aqui também o tempo se repete e com ele os gestos. Mas surpresa existe ao virar da esquina e nos rostos de quem nos sorri e mostra o coração nos dentes. O caminho ainda é breve. Mas tenho certo que hoje sou mais feliz. 




sábado, junho 26, 2010

de manhã é que se começa o dia ...


sexta-feira, junho 25, 2010

prennez vous cet samba!


Une homme et Une femme, Claude Lelouch, 1966
O homem não desviou os olhos da cara do rapaz. 
- Deixou-me. Um noite, cheguei, a casa estava vazia, ela tinha-se ido embora. Deixou-me. 
- Com outro tipo? - perguntou o rapaz.
Suavemente, o homem pôs a palma da mão no balcão.
-Ó meu filho; naturalmente! Uma mulher não foge assim, sozinha. 
O café estava sossegado e a chuva miudinha, escura e infinda, lá fora.

Uma árvore, um rochedo, uma nuvem. Carson McCullers
in Folhas Vermelhas e Outros Contos Americanos, Tradução Jorge de Sena

quinta-feira, junho 24, 2010

sexta-feira, junho 18, 2010

Há amores difíceis de explicar. Para quem quiser perceber este pode ir aqui - HTDW - ou este artigo da Pitchfork. Ou então ouvir, e ponto.