Quatro da manhã. Trabalho atrasado para me fazer lembrar outros tempos. Das vésparas de exame, de ansiedade adiada para amanhã que, chega num hoje qualquer. Hoje chegou em força, cedo pela madrugada. As inseguranças, o achar que não se é capaz. Já não me lembrava do medo de falhar, que aperta o coração e trás angústia. E lembro outro tempo em que as vozes acalmavam e davam a mão. Ao longo da vida perdemos no espaço os que nos conhecem bem, que nos confortam e que nos lêem sem ser preciso balbuciar qualquer palavra... os abraços, as visitas nocturnas, os telefonemas que acalmavam, os ombros onde suportei a cabeça durante tanto tempo. Os rumos que a vida traça. Tudo para nos sabermos irremediavelmente sós. E hoje sinto falta dessa leitura de mim, feita sem palavras...
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