«...falar de casamento entre pessoas do mesmo sexo é distorcer o seu sentido (...) Ao longo da vida conheci homossexuais brilhantes a nível intelectual que não eram capazes de encarar o casamento. Uma coisa são os homossexuais, outra são os maricas (...) Os maricas querem todas essas prerrogativas, como o casamento. Os homossexuais não... Todos devem ter os mesmos direitos, mas para isso não é preciso falar de casamento»... em Os tempos que correm.
A Agustina veio à cidade e trouxe com ela os "sábios" ensinamentos da província. E o pior de tudo é o facto de ter insistido em partilhá-los com o mundo...
Pouco me surpreende de uma mulher que sempre julguei politicamente conservadora.
Pena é que um nome grande da nossa literatura mostre ao público a pequenez do seu pensar... a democracia tem destas coisas, ouve-se o que se quer e o que não.
(A jeito de desabafo: quer-me parecer que o grande problema desta Oriental Praia Lusitana são as "províncias" que existem nas cabeças de cada um de nós. O conservadorismo e o provincianismo bacoco tão típico do nosso país não tem origem em Trás-os-Montes nem na Beira Interior, nem no meio do Alentejo ou da Serra Algarvia. Nasce nas cabeças daqueles que não querem mudar nem aceitam a diferença como qualquer coisa de natural. As maiores "províncias" existem no meio Lisboa, no meio do Porto ou de qualquer outra ciadade média deste país. Vivem camufladas no meio de pretenciosismos cosmopolitas a cheirar a teorias "pantufeiras" pós-modernas de levar por casa, e muitas vezes ganham raízes no meio daqueles que estão na posse dos meios para empurrar para a frente este barco encalhado que é o nosso país. Enfim, é o país que temos...)
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