domingo, outubro 01, 2006

A noite abre meus olhos

Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação de onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado

Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes

A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta

o amor é uma noite a que se chega só

josé tolentino mendonça

5 comentários:

miguel. disse...

este poema é simplesmente lindíssimo...

" 0 amor é uma noite a que se chega só "

...

Anónimo disse...

o poema é encantador...mas já agora...se chegarmos acompanhados...não me parece nada mal...e não é facilitismo...é que pode acontecer que aconteça.

Cumprimentos

ana marta disse...

Acho que chegamos sós, sempre. Como o promeneur solitaire de que falava Rousseau.
Podemos ou não ter alguém que nos espere lá... isso sim seria o ideal.

franksy! disse...

e há tantos desencontros...
de quem já lá esteve e saiu antes de chegarmos, de alguém que só chega depois de partirmos...

ana marta disse...

Pois é Fran. desencontros e caminhos cruzados... é a porra da vida!