terça-feira, novembro 07, 2006

Há dias em que o medo acompanha cada gesto... e dias em que o coração se une aos pulmões e uma certa mão invisível se ocupa de os apertar. E respirar torna-se um exercício que requer alguma concentração.
Há dias em que tudo se põe em causa, dias em que nada faz sentido, dias em que a vida parece um novelo desfeito e se resume a um amontoado de linhas. Há dias em que o Sol até brilha e os pássaros até cantam, mas há dias em que tudo isso de nada serve.
E esses dias estão cheios de horas, minutos, segundos. Todos eles confusos. Há horas que custam a passar, minutos de desespero e segundos em que deixariamos tudo por um nada incerto... tempos em que a vontade de partir é maior que tudo.
Há tempos de procura. Necessidade de um encontro. Revisitar-nos como quem procura um parente distante, a saudade de vermos o que foi feito de nós. O que foi do nosso corpo, do tempo em que o rir era um impulso, como repirar. Do tempo em que a inocência nos marcava as linhas do rosto e em que corriamos até deixar as pernas trémulas, sem força. O tempo em que as gargalhadas eram a banda sonora dos dias e todos os dias tinham Sol.
As horas passaram. E não nos ensinaram que o Sol não brilha todos os dias. Ninguém nos disse que estamos sós. Na Cartilha Maternal isso não vem escrito, nem nos compêndios e tratados que nos dão a ler ao longo do tempo. Formamos a nossa lucidez por conta própria. E toda a dor que dela advir será da nossa total responsabilidade.
Há dias em que a nitidez do mundo nos fere como lâminas. E ninguém nos ensina a proteger-nos delas.

7 comentários:

Cinnamon disse...

só gostava que esses dias não devorassem tantas vezes a minha vida, dizendo-me que os sonhos não servem para mais do que dar-nos o puder de escolher a melhor ilusao. que não fossem tão cheios de nada. que não nos tirassem tanta energia até não conseguirmos esboçar nada.
e é tão bom ter sonhos..

Anónimo disse...

Cerejita divina est..Andas de nuvem em vuvem...citinlante...qausi alpina...recheada de coisas ainda ssim ...boas.
Como não te ver...mesmo que por aí?
És tu a culpa das ausências beberívicas?...diz-me....
Hoje estou demais.
Sinto que adormeci em àguas quasi cristalinas...e...sem querer...acordei no Tejo imundo.



cumprimentos

Anónimo disse...

Cerejita divina est..Andas de nuvem em vuvem...citinlante...qausi alpina...recheada de coisas ainda ssim ...boas.
Como não te ver...mesmo que por aí?
És tu a culpa das ausências beberívicas?...diz-me....
Hoje estou demais.
Sinto que adormeci em àguas quasi cristalinas...e...sem querer...acordei no Tejo imundo.



cumprimentos

Anónimo disse...

Cerejita divina est..Andas de nuvem em vuvem...citinlante...qausi alpina...recheada de coisas ainda ssim ...boas.
Como não te ver...mesmo que por aí?
És tu a culpa das ausências beberívicas?...diz-me....
Hoje estou demais.
Sinto que adormeci em àguas quasi cristalinas...e...sem querer...acordei no Tejo imundo.



cumprimentos

Anónimo disse...

Cara Marta...
O vinho...juro...era de boa colheita...só que devo ter bebido em demasia...acho eu.

Mil desculpas e mais uma...


cumprimentos

ana marta disse...

pelo menos ficam os sonhos dianinha :)

caro Cosal:
quer-me parecer que certas ausências não se prenderão comigo(quero crer que é apenas circunstancial.)
E haja alegria e boas colheitas ;)

p1ngger disse...

há dias bastante desagradáveis, é verdade...