segunda-feira, fevereiro 26, 2007

De España ni buen viento ni buen tratamiento.

Já o Astérix quando veio à Ibéria ficou espantado com um povo (aqui junta-se tudo, portugueses e espanhóis) que por tuta e meia lá se envolvia em rixas. Hoje o cenário não é melhor, pois no país vizinho, as forças políciais funcionam ainda à semelhança daquilo que era o seu funcionamento no tempo do Caudillo.
Com o Batasuna ilegalizado em 2002, pelo senhor Aznar, as constantes cargas da Ertzainza sobre manifestantes pela causa Basca vieram a suceder-se. Depois do último atentado da ETA, no aeroporto de Barajas (Madrid), que provocou 2 mortos, pode afirma-se que também Rodriguez Zapatero perdeu a mão sobre os grupo armado e qualquer tentativa de negociação para a paz em Euskadi.
Aqui ficam as imagens da carga policial sobre os manifestantes que decidiram marchar em apoio ao presos da ETA (link em: Elpais.com ). De referir que a Audiencia Nacional (um equivalente ao nosso Governo Civil) retirou aos manifestantes lhes a liberdade de marcharem na via pública.
Tenga usted verguenza Señor Zapatero!

2 comentários:

Tiago Ribeiro disse...

Em bom rigor não sei onde pretendes chegar com o post: ou bem que o atentado é coisa pouca, legítimo na «causa» e prova de vitalidade independentista - e, se assim for, estamos desiludidos, mas despachados; ou, pelo contrário, é demonstrativo do fracasso da via negocial, sustentada, até à data, pela «escrupulosa» chantagem terrorista, incapaz de gerar resultados duradouros e regressiva do ponto de vista democrático.
Não esperava que comprasses com ligeireza a vitimação dos «presos políticos» - encher a boca de «liberdade dos manifestantes» e responder aos homicídios com «autodeterminação» é rastejante e meio caminho andado para a barbárie. A comodidade do palpite revolucionário é que não o consegue entender - et pour cause ;) Tiago Ribeiro

ana marta disse...

Caro Tiago: em bom rigor isto mais não foi que uma reacção às notícias que vejo nos canais espanhóis, em relação às negociações do estado com e ETA, e às jogatanas políticas que vão acontecendo em vésperas de eleições autárquicas. Nada de mais neste mundo "civilizado" em que habitamos. O atentado não é coisa pouca. Longe de mim afirmar isso. Os dois mortos resultantes deste último atentado era 2 sul americanos, trabalhadores precários que dormiam numa carrinha, que procuraram a Espanha como destino para uma melhor vida; de alguma maneira eram pessoas que se encontravam à margem da causa. Não que se as vítimas fossem espanholas as mortes teriam menos peso. Uma morte é uma perda, sempre. Contudo sou a favor da indepêndência do País Basco, como sou da Cataluña, ou como seria a favor da indepêndência do Algarve (caso o movimento existisse ainda)... sou a favor da autodeterminação... (isso será discutível... há quem seja a favor e quem seja contra, como em tudo) Sei que "as independências" são incompatível com o sistema-mundo com o modelo de estado em que vivemos. A via negocial teima em fracassar mas, em reacção à "escrupulosa chantagem terrorista", o estado não deve responder da mesma moeda. O estado tem o dever de não dar respostas políticas do mesmo calibre que um grupo terrorista. O senhor Felipe Gonzalez criou os GAL para fazerem frente à ETA ( um braço "terrorista" do estado que praticava atentados contar alvos da ETA). Aqui não se chegou a isso. Não tenho soluções milagrosas, nem pretensões a isso mas não acho responsável a resposta que o estado espanhol tem dado! Just that. Tenho que ir ao Tropical para pormos a conversa em dia! :)
Abraço!