Pouco há dizer sobre o meu regresso à casa antiga. Voltar. Sincronizar tudo de novo, como acertar os ponteiros de um relógio que teima em marcar as horas num fuso horário diferente. Porque agora tudo é diferente... pensava eu. E hoje foi diferente, porque igual a outros tempos.
O meu pai toca uma guitarra semi- acústica nos tempos livres. Insiste no Bob Dylan, no Donovan, nos the Who... E hoje tocou para mim o "Father and son" do Cat Stevens, no meio dos seus "ensaios". É bonito vê-lo sozinho a tentar ser aquilo que sempre quis ser - músico. Diz-me que enquanto toca dá grandes concertos que só existem lá, naqueles momentos e dentro da cabeça do pai João. E eu cantei com ele. Cantei para o ajudar a acertar os tempos das músicas. Cantámos Bob Dylan e foi bonito. Peguei nele e troxe-o ao You Tube. Vimos concertos juntos. Fomos a 1983, a Berlim, ver o Fela Kuti com os Jethro Tull, vimos o Dylan em 64, o Hendrix com os Stones, vimos o Brel e o Tom Waits. E vimos o Leo Ferré, o Victor Jara e o Lluis Llach, o Johnny Winter, o Van Morrison e mais uns tantos.
Tenho saudades do meu pai... par ce que "avec le temps, va, tout s'en va".
2 comentários:
que momento bonito...
foi sim ! :)
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