quarta-feira, maio 16, 2007

Queria saber o sabor verdadeiro das palavras. Espalhá-las pelas ruas que cruzo. Dizer por aí que o tempo me queima o coração.
Morri de esperar pelos ensinamentos dos espelhos e as minhas mãos perderam a força na procura de ti.
Já não tenho o ímpeto do grito que me empurrava para a procura. As minhas palavras sucumbiram ao caminho.

Sei de um corpo de folhas verdes. O meu. Corria ao encontro de carícias do vento quando o Sol era novo a cada hora. Vivia a ânsia cortante "de tudo fecundar".
Hoje ouço os minutos na minha boca.
Marquei encontros semanais com o ruído de um comboio e a máquina imprime na minha vida o artifício da ilusão.

Das minhas mãos sai, soletrado, u-m-p-u-n-h-a-d-o-d-e n-a-d-a.

a.m.

2 comentários:

hazey jane disse...

a imensidão do que se sente é comovente.

ana marta disse...

ainda bem que nem todos os dias são assim pesados, onde o que se sente ganha uma dimensão cortante e os sentidos ficam com uma nitidez aguçada. Também há dias com côr... e ainda bem :)