E todas imensas, como tudo o que é imenso no mundo:
as montanhas, os mares, a terra que nos ampara os tombos, o ar que cria o vento...
Sei essas palavras de horas cheias. Aprendi-as com os pés cansados do caminho. Aprendi-as com as mãos que repousam agora, depois do afago doce, satisfeitas com o estilhaço da pele. Mas não as sei na fonética porque são palavras mudas. Agráficas, que só as materializo em golfadas de ar.
Nasceram de unhas, cabelos e de um Verão numa roleta-russa.
Nasceram, as palavras grandes, de dedos esguíos que diziam
outras palavras em fundo negro.
Tenho o dicionário para elas, o reservatório certo: os meus olhos.
Não as quero ver corrompidas pela acústica nem em vandalismo gráfico.
Quero escrevê-las como até aqui: suspensas nos fins de tarde
Tenho o dicionário para elas, o reservatório certo: os meus olhos.
Não as quero ver corrompidas pela acústica nem em vandalismo gráfico.
Quero escrevê-las como até aqui: suspensas nos fins de tarde
em que te recolho dos meus cabelos.
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