terça-feira, abril 29, 2008

com o tempo os legados geracionais enchem-se de sentido


Avec le temps...

Avec le temps, va, tout s'en va

On oublie le visage et l'on oublie la voix

Le coeur quand ça bat plus, c'est pas la peine d'aller

Chercher plus loin, faut laisser faire et c'est très bien

Avec le temps... Avec le temps, va, tout s'en va

L'autre qu'on adorait, qu'on cherchait sous la pluie

L'autre qu'on devinait au détour d'un regard

Entre les mots, entre les lignes et sous le fard

D'un serment maquillé qui s'en va faire sa nuit

Avec le temps tout s'évanouit

[...]

Avec le temps... Avec le temps, va, tout s'en va

L'autre à qui l'on croyait, pour un rhume, pour un rien

L'autre à qui l'on donnait du vent et des bijoux

Pour qui l'on eût vendu son âme pour quelques sous

Devant quoi l'on s'trainait comme trainent les chiens

Avec le temps, va, tout va bien Avec le temps...

Avec le temps, va, tout s'en va

On oublie les passions et l'on oublie les voix

Qui vous disaient tout bas les mots des pauvres gens

Ne rentre pas trop tard, surtout ne prend pas froid

Avec le temps...

Avec le temps, va, tout s'en va

Et l'on se sent blanchi comme un cheval fourbu

Et l'on se sent glacé dans un lit de hasard

Et l'on se sent tout seul peut-être mais peinard

Et l'on se sent floué par les années perdues

Alors vraiment

Avec le temps on n'aime plus.

Léo Ferré - avec le temps, Olympia, Paris, finais de 70

3 comentários:

Susana Miguel disse...

humedece os olhitos e fica-se assim a olhar parada um objecto, não interessa qual, durante um tempinho. gostei muito, muito, marta.

obrigada por partilhares.
um beijinho.

Diogo disse...

Olá A.Marta. Deixa-me dizer-te que acho bocadinho pessimista esta visão do Léo Ferré. Ok... muitas vezes as coisas não são fáceis, mas dizer "Avec le temps on n´aime plus" é demasiado duro, tira-nos qualquer capacidade de salvação. Enfim... partilho aqui contigo a visão de Brel que ainda assim nos dá um pouco mais de esperança.

"Quand on n'a que l'amour"


Quando só temos o amor
Para oferecer em partilha
No dia da grande viagem
Que é o nosso grande amor
.
Quando só temos o amor
Meu amor, tu e eu,
Para que cada hora e cada dia
Exultem de alegria
.
Quando só temos o amor
Para viver as nossas promessas
Sem outra riqueza
Que nelas acreditar sempre
.
Quando só temos o amor
Para encher de maravilhas
E fazer brilhar de sol
O cinzento dos subúrbios
.
Quando só temos o amor
Como única razão
Como única canção
E único auxílio
.
Quando só temos o amor
Para vestir de manhã
Com casacos de veludo
Os pobres e os vagabundos
.
Quando só temos o amor
Para oferecer em oração,
Pelos males da terra,
Como simples trovador
.
Quando só temos o amor
Para oferecer àqueles
Cujo único combate
É viver cada dia
.
Quando só temos o amor
Para traçar um caminho
E enfrentar o destino
Em cada encruzilhada
.
Quando só temos o amor
Para opor aos canhões
E só uma canção
Para calar um tambor
.
Então, se nada mais tivermos
Que a capacidade de amar
Nós teremos, amigos,
Nas nossas mãos, o mundo inteiro

Bj

ana marta disse...

cara aida: obrigada pela visita e pela satisfação dela retirada :)
espero o regresso.

diogo:
é pessimista, sim senhor, a visão do monsieur ferré. É de um dramatismo último mas, apesar de tudo, não me parece derrotista. É a assunção (dele) de que o tempo nos dá uma carapaça que nos proteje de sentir ... talvez seja por aí... não sei. O meu pai ouvia muito esta música, daí a proximidade à mesma. Não partilho da visão dele mas sinto empatia com o sentir que consigo interpretar na letra, na voz e na figura do léo ferré.
Acredito mais no Brel :) é um facto, assim como me revejo muito na força da figura dele.
obrigada por passares por cá :)
bjs