quatro anos de coisas ditas ao vento ...

A 9 de Novembro de 2004 (re) nascia este blog que um ano antes morria vítima de homícidio. O carrasco afirma que a morte foi involuntária. Prefiro acreditar que sim.

O seu nome de baptismo deve-se ao filme homónimo do realizador iraniano Abbas Kiarostami.

O Sabor prolongou-se no tempo e no espaço.

Serviu de barómetro de emoções aos que o seguiam e me conhecem. Ele não foi mais do que um prologamento de pensamentos, um continuar do que os olhos viam. Andou em corropios comigo. Passou por gentes novas, por gentes queridas e cujas vozes, cheiros e formas recordo querendo puxar o tempo que foi. O Sabor cresceu comigo. O Sabor foi mudando de cidade cada vez que eu o fazia. Foi feliz comigo e entristeceu nas minhas ruínas. Cimentou amigos. Hoje ajuda-me a encontrar quem não está. Ajuda-me a comunicar comigo. O Sabor chega à Colombia, à Bélgica, à Dinamarca, a Espanha e ao Reino Unido. Chega ao Norte, ao Centro e agora vive a Sul do país. O Sabor tem ouvidos e gosta de boa música.

Ensinou-me que há pessoas que não valem a pena, ensinou-me que o sonho vale a pena e vale sempre a pena arriscar. Deu-me a maior oferta que alguma vez tive. Mantem-me unida aos que interessam.

O Sabor hoje não é o mesmo. O Sabor hoje não sabe bem o que é. Passados quatro anos sobre a sua existência encontra-se perto do ponto de equilíbrio. Só aí poderá voltar a si. Até lá vai caminhando comigo, todos os dias.