quarta-feira, junho 13, 2007

"Confesso-te a morte de todas as mulheres que amei e que matei dentro de mim por não conseguir amá-las mais, por não conseguir amar-me a mim próprio, por apenas lhes amar os corpos e eles se transformarem de cada vez que os tocava e eu não suportar o desespero de não me encontrar neles.

Confesso-te que não demoro muito a matar tudo aquilo que amo, porque, morto posso recordá-lo e porque a memória, mais do que toda a vida, é o contrário da morte. Porque, graças à memória, a consciência apazigua-se à distância.

E eu conspiro com a memória para amar ainda mais aquilo que mato."



filipa melo, este é o meu corpo

6 comentários:

hazey jane disse...

quero ler este livro há tanto tempo...

ana marta disse...

se puderes lê. vale a pena! houve alturas em que o quis deixar porque estava a interferir comigo... mas acabei-o ontem e valeu bem a pena.

miguel. disse...

também quero ler este livro...
emprestas-mo ?

ana marta disse...

humm... não sei. Queres comprar? (hihihi)

lebredoarrozal disse...

ouch, que ler isto doeu.
depois da dulce maria cardoso, acho que ainda não estou mto pronta para livros que magoam.

ana marta disse...

não é um murro no estômago, mas é um sofrimento discreto que se vai instalando ao longo do livro.
dá-lhe um tempinho e depois voltas à carga :)