Trienal de Arquitectura de Lisboa
de 31 / 5 a 31 / 7
quinta-feira, maio 31, 2007
do Algarve com amor
"Ao bom provinciano
É-lhe exigido que ande sempre com um livro de qualidade reconhecida, não vá um acidente ou outra urgência requisitarem uma exposição."
É-lhe exigido que ande sempre com um livro de qualidade reconhecida, não vá um acidente ou outra urgência requisitarem uma exposição."
Retirado do "Sortido Fino"
Há coisas que não compreendo mas que são mesmo assim.
terça-feira, maio 29, 2007
A mentira ou a saliva de Pavlov
É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc... A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático.
Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.
"Somos tão pouco vãos que a estima de cinco pessoas, vá lá seis, nos diverte e nos honra.(...)
Os que escrevem em louvor da glória querem ter a glória de ter escrito bem.
Os que lêem querem a glória de ter lido."
Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.
Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo"
"Somos tão pouco vãos que a estima de cinco pessoas, vá lá seis, nos diverte e nos honra.(...)
Os que escrevem em louvor da glória querem ter a glória de ter escrito bem.
Os que lêem querem a glória de ter lido."
Isidore de Lautréamont, "Poesias"
segunda-feira, maio 28, 2007
Tenho muitas palavras por saber dizer. Hoje.
E todas imensas, como tudo o que é imenso no mundo:
as montanhas, os mares, a terra que nos ampara os tombos, o ar que cria o vento...
Sei essas palavras de horas cheias. Aprendi-as com os pés cansados do caminho. Aprendi-as com as mãos que repousam agora, depois do afago doce, satisfeitas com o estilhaço da pele. Mas não as sei na fonética porque são palavras mudas. Agráficas, que só as materializo em golfadas de ar.
Nasceram de unhas, cabelos e de um Verão numa roleta-russa.
Nasceram, as palavras grandes, de dedos esguíos que diziam
E todas imensas, como tudo o que é imenso no mundo:
as montanhas, os mares, a terra que nos ampara os tombos, o ar que cria o vento...
Sei essas palavras de horas cheias. Aprendi-as com os pés cansados do caminho. Aprendi-as com as mãos que repousam agora, depois do afago doce, satisfeitas com o estilhaço da pele. Mas não as sei na fonética porque são palavras mudas. Agráficas, que só as materializo em golfadas de ar.
Nasceram de unhas, cabelos e de um Verão numa roleta-russa.
Nasceram, as palavras grandes, de dedos esguíos que diziam
outras palavras em fundo negro.
Tenho o dicionário para elas, o reservatório certo: os meus olhos.
Não as quero ver corrompidas pela acústica nem em vandalismo gráfico.
Quero escrevê-las como até aqui: suspensas nos fins de tarde
Tenho o dicionário para elas, o reservatório certo: os meus olhos.
Não as quero ver corrompidas pela acústica nem em vandalismo gráfico.
Quero escrevê-las como até aqui: suspensas nos fins de tarde
em que te recolho dos meus cabelos.
domingo, maio 27, 2007
quinta-feira, maio 24, 2007
quarta-feira, maio 23, 2007
There's a black tinted sunset with the prettiest of skies
Lay back,lay back, rest your head on my thighs
There is some awful action that just breathes from my hand
Just breaths from a deed so exquisetly grand
And you are always on my mind
Well, I would not have moved if I knew you were here
Its some special action with motives unclear
Now you'll haunt me, you'll haunt me
Till I've paid for what I've done
It's a payment which precludes the having of fun
And you are always on mind
But hello, I've got a new partner riding with me
I'v got a new partner, hello
Now the sun's fading faster, we're ready to go
There's a skirt in the bedroom that's pleasantly low
And the loons on the moor, the fish in the flow
And my friends, my friends still will
whisper hello
We all know what we know, it's a hard swath to mow
When you think like a hermit you forget what you know
And you are always on my mind
I've got a new partner, riding with me
I've got a new partner now
We all know what we know, it's a hard swath to mow
When you think like a hermit you forget what you know
And you are always on my mind
I've got a new partner, riding with me
I've got a new partner now
will oldham (new partner) cantado pela voz de mark kozelek
I'm so happy you called
I really needed a break
From all the people I see
All the people I spend time with
Where did my summer go
The week that was canceled
Was my only chance
To get out of this place
So how have you been
I heard about your problem
At the end of this road
A common solution
My favourite thing about you
Please don't get me wrong
How natural it feels
Five Minutes without talking
the whitest boy alive
Vem cá! Assim, verticalmente!
Achega-te ... Docemente ...
Vou olhar-te ... E, no teu olhar, colher
promessas do que quero prometer,
até à síncope do amor na alma!
Colemos as mãos, palma a palma!
A minha boca na tua, sem beijo ...
Desejo-te, até o desejo se queixar que dói.
E sou tua, assim, como nenhuma foi!
Posse, Caminhos Frios_Leonor Almeida (1947)
turner, o princípio da cor
"Hey Ya" - in a folk implosion...
Chama-se Mat Weedle (deve ser irmão do Iron & Wine, pelo menos a julgar pela barba) e, em conjunto com Jessie Young e Daniel Zehring, dá voz aos Obadiah Parker. Fazem folk desde o Arizona.
Aqui mais informações sobre a banda.
Para já, a cover parece um bom cartão de visita. A ver (e ouvir) ...
Para já, a cover parece um bom cartão de visita. A ver (e ouvir) ...
abril em maio
Mandaste-me dizer,
No teu bilhete ardente,
Que hás-de por mim morrer,
Morrer muito contente.
Lançaste no papel
As mais lascivas frases;
A carta era um painel
De cenas de rapazes!
Ó cálida mulher,
Teus dedos delicados
Traçaram do prazer
Os quadros depravados!
No teu bilhete ardente,
Que hás-de por mim morrer,
Morrer muito contente.
Lançaste no papel
As mais lascivas frases;
A carta era um painel
De cenas de rapazes!
Ó cálida mulher,
Teus dedos delicados
Traçaram do prazer
Os quadros depravados!
Contudo, um teu olhar
É muito mais fogoso,
Que a febre epistolar
Do teu bilhete ansioso:
Do teu rostinho oval
Os olhos tão nefandos
Traduzem menos mal
Os vícios execrandos.
Teus olhos sensuais
Libidinosa Marta,
Teus olhos dizem mais
Que a tua própria carta.
As grandes comoções
Que a febre epistolar
Do teu bilhete ansioso:
Do teu rostinho oval
Os olhos tão nefandos
Traduzem menos mal
Os vícios execrandos.
Teus olhos sensuais
Libidinosa Marta,
Teus olhos dizem mais
Que a tua própria carta.
As grandes comoções
Tu, neles, sempre espelhas;
São lúbricas paixões
As vívidas centelhas...
Teus olhos imorais,
Mulher, que me dissecas,
Teus olhos dizem mais,
Que muitas bibliotecas!
Lúbrica, Cesário Verde_ Antologia de Poesia Erótica e Satírica
quarta-feira, maio 16, 2007
Queria saber o sabor verdadeiro das palavras. Espalhá-las pelas ruas que cruzo. Dizer por aí que o tempo me queima o coração.
Morri de esperar pelos ensinamentos dos espelhos e as minhas mãos perderam a força na procura de ti.
Já não tenho o ímpeto do grito que me empurrava para a procura. As minhas palavras sucumbiram ao caminho.
Sei de um corpo de folhas verdes. O meu. Corria ao encontro de carícias do vento quando o Sol era novo a cada hora. Vivia a ânsia cortante "de tudo fecundar".
Hoje ouço os minutos na minha boca.
Marquei encontros semanais com o ruído de um comboio e a máquina imprime na minha vida o artifício da ilusão.
Das minhas mãos sai, soletrado, u-m-p-u-n-h-a-d-o-d-e n-a-d-a.
Morri de esperar pelos ensinamentos dos espelhos e as minhas mãos perderam a força na procura de ti.
Já não tenho o ímpeto do grito que me empurrava para a procura. As minhas palavras sucumbiram ao caminho.
Sei de um corpo de folhas verdes. O meu. Corria ao encontro de carícias do vento quando o Sol era novo a cada hora. Vivia a ânsia cortante "de tudo fecundar".
Hoje ouço os minutos na minha boca.
Marquei encontros semanais com o ruído de um comboio e a máquina imprime na minha vida o artifício da ilusão.
Das minhas mãos sai, soletrado, u-m-p-u-n-h-a-d-o-d-e n-a-d-a.
a.m.
Depois de ver a menina limão aka Super Man
resolvi responder ao quiz "Which super hero are you".
Resultado - Wonder Woman
(deve ter sido pela resposta à pergunta "Do you wear thongs?")
"martha" vai a banhos ...
I know it's out of fashion
And a trifle uncool
But I can't help it
I'm a romantic fool
It's a habit of mine
To watch the sun go down
On Echo beach, I watch the sun go down
From nine till five I have to spend my time at work
The job is very boring, I'm an office clerk
The only thing that helps pass the time away
Is knowing I'll be back at Echo Beach some day
On a silent summer evening
The sky's alive with light
Building in the distance
Surrealistic sight
On Echo Beach
Waves make the only sound
On Echo Beach
There's not a soul around
Echo Beach
Far away in time
(vantagens da vinda para sul)
martha & tha muffins - echo beach - do ano em que nasci
terça-feira, maio 15, 2007
Mesa dos Sonhos
Ao lado do homem vou crescendo
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.
* Dói-me o corpo da poeira do caminho.
Do fado do silêncio nascerá, um dia, a eternidade na tua voz.
Defendo-me da morte quando dou
Meu corpo ao seu desejo violento
E lhe devoro o corpo lentamente
Mesa dos sonhos no meu corpo vivem
Todas as formas e começam
Todas as vidas
Ao lado do homem vou crescendo
E defendo-me da morte povoando
de novos sonhos a vida.
Alexandre O'neill
* Dói-me o corpo da poeira do caminho.
Do fado do silêncio nascerá, um dia, a eternidade na tua voz.
segunda-feira, maio 14, 2007
sexta-feira, maio 11, 2007
quinta-feira, maio 10, 2007
Cartazes dos primórdios do cinema em exposição em Lisboa
Cerca de 60 cartazes, de circulação e distribuição internacional, do período do cinema mudo (1904-1916) vão estar em exposição na Cordoaria Nacional (Torreão Nascente) em Lisboa, de quinta-feira até 24 de Junho.
A colecção apresentada reúne o maior núcleo conhecido de cartazes de grandes dimensões (2,80m x 3,20m), com predominância de filmes europeus, numa altura em que se assistia ao despontar do cinema norte-americano.
França, Itália, Dinamarca, Suécia, Alemanha e Estados Unidos são os países que têm filmes representados nesta mostra.
O cartaz mais antigo é de 1904 e apresenta o filme "La Grève", produzido pela Pathé.
Esta colecção de cartazes foi reunida por Joaquim António Viegas (1874-1946), cenógrafo, que trabalhou em várias salas de espectáculos e terá conseguido obter cartazes que vinham para distribuição. Depois da morte de Joaquim António Viegas, o seu filho doou a colecção ao Museu Municipal de Faro, cidade onde o cenógrafo nascera.
A colecção apresentada reúne o maior núcleo conhecido de cartazes de grandes dimensões (2,80m x 3,20m), com predominância de filmes europeus, numa altura em que se assistia ao despontar do cinema norte-americano.
França, Itália, Dinamarca, Suécia, Alemanha e Estados Unidos são os países que têm filmes representados nesta mostra.
O cartaz mais antigo é de 1904 e apresenta o filme "La Grève", produzido pela Pathé.
Esta colecção de cartazes foi reunida por Joaquim António Viegas (1874-1946), cenógrafo, que trabalhou em várias salas de espectáculos e terá conseguido obter cartazes que vinham para distribuição. Depois da morte de Joaquim António Viegas, o seu filho doou a colecção ao Museu Municipal de Faro, cidade onde o cenógrafo nascera.
(fonte: agência lusa)
quinta-feira, maio 03, 2007
Web 2.0
Assim, um professor na Universidade do Kansas, explicou aos seus alunos (e ao mundo) o que é a Web 2.0.
O poder de síntese e o poder de relançar o debate sobre a dicotomia Homem vs Máquina surge à distância de um "clic".
Repensar os valores pelos quais nos regemos, "hi-(5)fivizar" as relações humanas, "youtubar" o nosso quotidiano.
Democratizou-se o acesso a tudo : à imagem, ao som, às letras, ao sonho e a ver outros mundos (possíveis ou não) ... tudo chega a todos. As maiores pérolas e as criações mais miseráveis. Democracia e liberdade, dirão uns.
Expomo-nos cada vez mais a uma comunidade virtual, temos amigos imaterias (que só existem num pc), falamos com amigos materiais que existem noutras latitudes. Aproximamo-nos de uns, distanciamo-nos de outros; falamos com teclas, escondemo-nos atrás de blogs. Muitos assumimos, no mundo cibernético, a forma que gostaríamos de ter, damos a densidade às palavras que não temos coragem de dar na rotina dos nossos dias. Somos outros.
Dão-nos tudo sem dar nada. Mas não nos ensinam a ser críticos nem nos oferecem a capacidade de destrinça para avaliar o que nos é disposto nesta bandeja que é a internet. Cabe-nos a nós saber fazê-lo. Cabe-nos a nós, agora, (re)escrever a ética e a moral, o bem e o mal, o que tem ou não qualidade... uma longa caminhada.
Como a máquina nos mudou, como nos ajudou a esconder-nos atrás de um ecrã.
A máquina assumiu a forma de boca, deu liberdade. Deixa-nos dizer muito, à espera que alguém nos dedique atenção, que nos retire do anonimato sem termos que dar o nome. São os quinze minutos de fama que se perpetuam numa visibilidade aparente, na invisibilidade do rosto... A máquina deu-nos braços e retirou-nos hábitos.
Deus ex Machina.
O poder de síntese e o poder de relançar o debate sobre a dicotomia Homem vs Máquina surge à distância de um "clic".
Repensar os valores pelos quais nos regemos, "hi-(5)fivizar" as relações humanas, "youtubar" o nosso quotidiano.
Democratizou-se o acesso a tudo : à imagem, ao som, às letras, ao sonho e a ver outros mundos (possíveis ou não) ... tudo chega a todos. As maiores pérolas e as criações mais miseráveis. Democracia e liberdade, dirão uns.
Expomo-nos cada vez mais a uma comunidade virtual, temos amigos imaterias (que só existem num pc), falamos com amigos materiais que existem noutras latitudes. Aproximamo-nos de uns, distanciamo-nos de outros; falamos com teclas, escondemo-nos atrás de blogs. Muitos assumimos, no mundo cibernético, a forma que gostaríamos de ter, damos a densidade às palavras que não temos coragem de dar na rotina dos nossos dias. Somos outros.
Dão-nos tudo sem dar nada. Mas não nos ensinam a ser críticos nem nos oferecem a capacidade de destrinça para avaliar o que nos é disposto nesta bandeja que é a internet. Cabe-nos a nós saber fazê-lo. Cabe-nos a nós, agora, (re)escrever a ética e a moral, o bem e o mal, o que tem ou não qualidade... uma longa caminhada.
Como a máquina nos mudou, como nos ajudou a esconder-nos atrás de um ecrã.
A máquina assumiu a forma de boca, deu liberdade. Deixa-nos dizer muito, à espera que alguém nos dedique atenção, que nos retire do anonimato sem termos que dar o nome. São os quinze minutos de fama que se perpetuam numa visibilidade aparente, na invisibilidade do rosto... A máquina deu-nos braços e retirou-nos hábitos.
Deus ex Machina.
quarta-feira, maio 02, 2007
terça-feira, maio 01, 2007
há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
(al berto)
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