terça-feira, novembro 29, 2005
Der Himmel ünder...*
Dói-me a incerteza do porvir e a vontade de ficar.
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When the child was a child
there was the time for questions like-
Why am I me
and why not you?
Why am I here
and why not there?
When did time begin
and when did space end?
Isn't life under the sun just a dream?
Isn't what I see, hear and smell
just a vision of a world before the world?
Does evil really exist?
Are there people who are really evil?
How can it be that I who is me wasn't there
before I was
and that one day I who is me
shall no longer be what I am now?
When the child was a child
he choked on spinach, rice pudding,
peas and boiled cauliflower,
an now he eats it all
and not just because he must.
When the child was a child
he once woke up in a strange bed;
now this happens again and again.
Many people seemed beautiful then,
now very few do at all.
He had a precise picture of paradise
and now he can only make a guess.
He couldn't imagine nothingness;
today he trembles at the idea.
When the child was a child
he lived on apples and bread,
it was enough then and still is.
When the child was a child
berries fell into his hands and they still do.
He felt shy in front of strangers
and still feels the same.
He waits for the first snow
and is still waiting.
When the child was a child
he threw himself with spirit into his games,
and now he masters such involvement only
where work is concerned.
* uma repetição necessária
segunda-feira, novembro 28, 2005
Encontrei a outra canção
O espaço estava quase vazio. O som inundava tudo. Encostei-me a um dos pilares da discoteca e começei a observar as pessoas que habitavam aquela noite. Parecia-me ser-lhes indiferente estarem ali ou noutro qualquer espaço.
No meio dos vultos cinzentos daquelas gentes, num canto, avistei um rapaz e uma rapariga. Os dois sobressaiam no meio daquele marasmo. Ela era pequenina e muito bonita. Trazia ao pescoço um enorme cachecol que a fazia parecer ainda mais pequena. Falava, articulava gestos; parecia tentar fazê-lo rir.
Ele, de figura magra, muito seca olhava-a e ria-se muito.
Aquele canto tinha mais vida que tudo o resto que ali estava.
Aquelas duas pessoas eram felizes naquele momento.
Sei que nesse dia senti inveja. Boa (se é que existe uma boa inveja).
Esta imagem chegou-me à memória depois de ter explorado o Shock of daylight/ Heats and heads, dos The Sound.
Totall Recall era o nome da faixa que passava enquanto aquele rapaz e aquela rapariga bebiam felicidade, um do outro.
Lembro-me deles porque eram as únicas pessoas que tinha côr no meio daquele cinzento, e da música por ter sido a escolha perfeita para ilustrar aquela imagem.
Era um qualquer dia mais fraco no States. Eu tinha 18 anos.
Lembro-me deles e da música.
Um mês depois ele era meu namorado. Foi-o durante mais 5 anos.
Ela é hoje namorada de um amigo meu.
domingo, novembro 27, 2005
SHOCK OF DAYLIGHT & HEADS AND HEARTS
Quando entrava-o baixo corria para a pista do States e dançava, dançava...
Aquela música fazia-me feliz. Enchia-me cá dentro. Eu fechava os olhos e deixava-me ficar.
Sabia que era dos The Sound mas não fazia ideia a que álbum pertencia.
Durante 5 anos deixei de a procurar. Só a ouvi um dia, num programa que passou em 99, à meia noite, na antena 3. Era um A a Z da música, apresentado pelo Álvaro Costa. No dia dedicado às bandas começadas por S passaram a tal música dos Sound.
E voltei a ouvir aquela entrada de baixo. Continuei sem saber qual o título da música ou álbum a que pertencia.
Ontém a Francisa disse-me que tinha tudo dos The Sound. Depois do jantar, num espírito missionário, fui à procura.
Depois de umas voltas... ouvi aquele baixo. Voltei a ter aquela sensação. O peito fica cheio e é difícil resipirar...
Encontrei-a de novo : The Longest Days (SHOCK OF DAYLIGHT & HEADS AND HEARTS, 1996).
Os The Sound.
Ontém fui feliz. Por isto e por mais.
Como a felicidade não se escreve talvez o dia passado também não. Talvez possa ser descrito.
Tem banda sonora própria, tem frio. Tem um gato e um bolo francicano. Tem o Jorge, a Ana Luísa e a Francisa.
Três pessoas que gostam de mim por me conhecerem, por me saberem assim, como sou. Pessoas com quem eu posso ser Eu. Sem artifícios.
Descobri amigos. Daqueles que nos fazem rir com eles e de nós próprios.
Francisca obrigada por ontém. Obrigada me fazeres acordar a sorrir!
No more long days. I took those days away so bring me the shortest ones!
sábado, novembro 26, 2005
It’s only me, listen
I’m here.
Come to stand
In sultry fields
With you.
And now
Old dummy day
I know
Is over this way.
I’m laughing
Saw you gonna kiss me
You see
Yeah as I said.
One day she won’t
A lonely bird
Alone.
Judgement day
Saw the world it’s gone
Unheard.
Sold the sea
A lot how it feels to me.
I hate the word it’s sad to see
I take your weight
And your heart fades away
Today a renegade
To lay in woods
By the pheasants.
I mean it
You don’t
Force on my head
Kill our nightmare.
A lonely bird, a lonely bird
A lonely bird, a lonely bird
A lonely bird, alone.
Colour me
Cover me in the colour that reminds you
Solemnly.
Could make the same mistake
And you would never know
That I am, that I am
Alone, now.
Something, something
Tells me that you
Have something
On, all of us now
You’re heaven
Taking over me now
Colour me hate
Raw little nerve
Colour me and pull us
Only home
Me home.
Hold the sun down
Hold the sun down
Hold the moon down
Leave me to rest
Want the world man
Too the words out
Only relief is
To slip through the nets
Hold a minute
And stop a minute
And go, oh oh
Hold a minute
You said to me
Said to me and
Breath, breath, breath, breath, breath ...
You said it to me
Sometime later.
sexta-feira, novembro 25, 2005
Afinal?
You Are... Ride.
You are young at heart and full of energy. You are
talented but very modest. You are happy go
lucky and care free. You have learned to take
the good with the bad and you just accept life
for being what it is. People tend to be envious
of you, That's only because they don't
understand you and they just want some of what
you have. There's no task too hard for you and
you excel at pretty much everything you try to
do. You have a playful personallity and a
beautiful inner soul.
what Creation Records band are you? (complete with text and images)
brought to you by Quizilla
Your Inner Child Is Sad |
You're a very sensitive soul. You haven't grown that thick skin that most adults have. Easily hurt, you tend to retreat to your comfort zone. You don't let many people in - unless you've trusted them for a long time. |
Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres
Foram alvejadas a pistola ou caçadeira, golpeadas com faca ou machado, mortas à vassourada, à paulada, ao murro ou pontapé. Desde o início do ano, 29 mulheres foram assassinadas por maridos, namorados ou ex-companheiros, mais quatro por familiares. Hoje é Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
Violência doméstica atinge 7228 mulheres
quinta-feira, novembro 24, 2005
quarta-feira, novembro 23, 2005
Importa-se de repetir?
"Paulo Bento tem falta de sensibilidade."
A pergunta (a minha):
-E então, o Paulo Bento é bom jogador?
terça-feira, novembro 22, 2005
segunda-feira, novembro 21, 2005
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
Molda em duas colunas os teus braços,
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobre as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.
Ruy Cinatti
domingo, novembro 20, 2005
sábado, novembro 19, 2005
are you talking to me?
O amigo das palavras sábias chama-me menina Dietrich.
No contexto actual agradeço o elogio. Ajuda a superar a crise.
palavras sábias
Às vezes os amigos conseguem ter as palavras certas para os momentos certos.
quinta-feira, novembro 17, 2005
It makes you blind, it does you in
It makes you think you're pretty tough
It makes you prone to crime and sin
It makes you say things off the cuff
It's very small and made of glass
and grossly over-advertised
It turns a genius into an ass
and makes a fool think he is wise
It could make you regret your birth
or turn cartwheels in your best suit
It costs a lot more than it's worth
and yet there is no substitute
They keep it on a higher shelf
the older and more pure it grows
It has no color in itself
but it can make you see rainbows
You can find it on the Bowery
or you can find it at Elaine's
It makes your words more flowery
It makes the sun shine, makes it rain
You just get out what they put in
and they never put in enough
Love is like a bottle of gin
but a bottle of gin is not like love
magnetic fields, love is like a bottle of gin
e como a tarde foi para reciclar ...
three inches above the floor
man in a box wants to burn my soul
and I'm tired, and I'm tired.
is that the truth he says
the pain is easy
too many words, too many words
and I can hear 'em
if you're hearing screams
come back child, come back
my hands are dry
but I know they're gonna make it
just one more night
too many words, too many words.
Low, Words, ... "don't come easy" (já cantava outro)
quarta-feira, novembro 16, 2005
domingo, novembro 13, 2005
that's what friends are for...
Ver a luz que essa cidade tem, respirar cada raio de sol... E tudo no anonimato, sem querer estar com ningém!
Um ano a planar por aí, entre trabalho e introspecção. A mim essa cidade fez-me muito bem.
Por vezes pode ser difícil encontrar beleza no meio do trabalho, dos engarrafamentos, do metro, dos autocarros cheios de gente, no meio das pessoas "cinzentas" com quem nos cruzamos! Mas ela existe!
A magia acontece, mas só para aqueles que acreditam!
Plano B: o meu anti-depressivo favorito:
Mr. Otis Redding!!
Acho que, de há quase dois anos para cá, ouço este disco dia-sim/ dia-não.
Nunca pensei que poderia vir a ter os AC/DC em boa conta! Os milagres que as boas covers podem fazer!
Hoje percebi que está muito riscado, pelo uso, pelo transpote, de um lado para o outro, dentro de sacos, mochilas, dentro de livros ou jornais, dentro do discman... Mau uso.
Está na hora de re-aquisição.
sábado, novembro 12, 2005
quinta-feira, novembro 10, 2005
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
terça-feira, novembro 08, 2005
Sou um ser que encaixa bem na definição daquilo a que vulgarmente se chama de sonhador.
Tem as suas vantagens. Sinto tudo com as entranhas, e sinto muito!
Que o amor seja eterno, enquanto dure, já dizia o Vinicios.
Mas as contapartidas são muitas também.
...mas isto é só porrada e mal viver?! * É o reverso da medalha para os que sonham: muita lambada na tromba!
Às tantas o estranho é não levar porrada!
Um gajo habitua-se!
*José Màrio Branco, FMI
A vida em dois filmes...
Dois filmes muito importantes (para mim). O bom e o mau da essência humana. Espelhos da nossa natureza, da de todos.
Como é e como devia ser, tudo!
segunda-feira, novembro 07, 2005
domingo, novembro 06, 2005
Há coisa de dois anos, dois anos e meio, o exmo. Ricardo Mariano passava o Japanese to English no Vidro Azul. Foi o meu primeiro contacto with Mr. Kozelek. Na altura pareceu-me a melhor coisa que alguma vez tinha ouvido.
Alguém dizia no outro dia que se, numa primeira audição, uma música causa arrepios isso deve ser interpretado como um bom sinal. Pois foi qualquer do género "arrepio" que me aconteceu com aquela música. E depois disso veio todo o encantamento (sim, eu sei que foi tardio, mas mais vale tarde...) com os Red House Painters.
Provavelmente, junto com o Summer Dress, uma das músicas mais bonitas com que os meus ouvidos tiveram o prazer de privar.
i went as far as losing sleep
i went as far as messing up my life
unloving still strike me different
a million miles away from home
and fifteen from a payphone
where we sat lonely on the sand
you're ten years older
we translate japanese to english
and english to japanese
it's not that simple
this dictionary never has a word
for the way i'm feeling
it's nothing plain for me
of a different god and moral
what if i laid my head down on your stomach
or put my mouth to your hand
i cannot translate
japanese to english
or english to japanese
what i had to say is unsaid
what i had to do is undone
and if it was done
i'm sure it would have killed our hour
where we sat lonely on the stand
above the water the awful gray
didn't sweep away
Japanese to English, Down Colorful Hill, RHP
[...]
spends her life inside, she thinks she isn't blessed ....
...easiest days of her life have been spent
wonders if she is loved, if she is missed
says a prayer as she's kissed by ocean mist
takes herself to the sand and dreams
Summer Dress, Ocean Beach, RHP
sexta-feira, novembro 04, 2005
quinta-feira, novembro 03, 2005
Ja disse, vezes sem conta, que um dos filmes da minha vida e o Três Irmãos , da Teresa Villaverde.
Um filme, que pela estetica, caracteriza bem um cinema português-tipo que se fez durante os anos 90.
Lembro-me do filme e assalta-me a memoria a voz de um irmão da Maria ( interpretada pela "de Medeiros"). Uma criança que, ao longo do filme e em voz off, vai sussurrando perguntas :
-" Oh Maria, o que e a morte?"
-" Oh Maria, o que e o amor?"
E a Maria nunca responde. Porque não tem tempo e, porque a essas perguntas talvez seja a propria vida que se vai encarregando de nos dar as respostas.
A Maria e uma figura fragil que carrega o peso do mundo as costas, tentando ela propria não desmoronar.
A Maria apaixona-se mas não tem vida para ser feliz.
A Maria morre e não responde as perguntas.
Tambem não sei responder aquelas perguntas.
Se calhar e suposto não terem resposta.
quarta-feira, novembro 02, 2005
...
O meu medico* receitou-me uma dose diaria de Bloc Party, ao acordar.
Eu tambem recomendo.
* Eu sei que faltam acentos no texto. Se quiserem falar com o teclado pode ser que o convençam a querer ter uma vida normal e voltar a ser o mesmo de antes!