quarta-feira, agosto 11, 2010

Um dia fiz três conjuntos de dez anos. Juntei-os em grupos de tempo e pousei-os no degrau da porta de minha casa. Pus-me a olhar esse tempo e tentei perceber o que me saía do coração. 
Vi aqueles tempos ali pousados, repletos de horas, dias e meses e fitei-os como quem observa um filho. Sentia orgulho daquele tempo, de como ele tinha crescido. Lembrei minutos dolorosos, as horas solarengas do coração cheio ... lembrei as marcas que o tempo deixou e reconheci-as no espelho onde me olho. 
Desse tempo, filho da vida passada, além de orgulho, senti o medo de quem sabe que agora o caminho faz-se mais sozinho. O chão pisa-se, a cada passo, com mais força. Do cimo deste degrau, ao lado dos meus três conjuntos de dez anos, e onde o mundo me parecia já diferente, vejo-te. 
Vejo-te melhor quando olho para dentro e tenho menos medo. Pareces mais bonita por te vestires da mulher serena que ainda não és. No coração encontro a saudade das tua alma incerta. Mas corremos ainda as duas, lado a lado. Trocamos piscares de olho e, no silêncio, rimo-nos cúmplices daqueles que dizem: - "Estás na mesma!"
Partilhamos este coração, "independente" como o baptizaram um dia, roubando o nome à música.  
O tempo passa e o coração não deixará de bater. 
E no bolo não pusemos velas, que o tempo não sabe soprar.




quarta-feira, julho 28, 2010



Conheci-o num Natal. O tempo passou e a sua música foi uma constante nos meus dias, trazida pela mão de quem já o conhecia de longa data. Foi entranhando-se a sonoridade, nova a cada audição. Brilhante, carregada de génio e de qualquer coisa que eu não sabia. Agora já sei. E não sei explicar ... mas sei que me apaixonei. 


Um documentário brilhante sobre um homem maior.

sábado, julho 24, 2010





[...] Let's both get on that rocket to the stars [...]

sexta-feira, julho 23, 2010

Um dia mudei de latitude. A vida passou-me à porta e fui com ela. Deixei para trás um tempo pesado que dormia sobre os ombros. A incerteza mantém-se, mas agora vivo. Neguei o exercício da sobrevivência, do dia atrás do outro e de anos possíveis de dias copiados. Aqui também o tempo se repete e com ele os gestos. Mas surpresa existe ao virar da esquina e nos rostos de quem nos sorri e mostra o coração nos dentes. O caminho ainda é breve. Mas tenho certo que hoje sou mais feliz. 




sábado, junho 26, 2010

de manhã é que se começa o dia ...


sexta-feira, junho 25, 2010

prennez vous cet samba!


Une homme et Une femme, Claude Lelouch, 1966
O homem não desviou os olhos da cara do rapaz. 
- Deixou-me. Um noite, cheguei, a casa estava vazia, ela tinha-se ido embora. Deixou-me. 
- Com outro tipo? - perguntou o rapaz.
Suavemente, o homem pôs a palma da mão no balcão.
-Ó meu filho; naturalmente! Uma mulher não foge assim, sozinha. 
O café estava sossegado e a chuva miudinha, escura e infinda, lá fora.

Uma árvore, um rochedo, uma nuvem. Carson McCullers
in Folhas Vermelhas e Outros Contos Americanos, Tradução Jorge de Sena

quinta-feira, junho 24, 2010

sexta-feira, junho 18, 2010

Há amores difíceis de explicar. Para quem quiser perceber este pode ir aqui - HTDW - ou este artigo da Pitchfork. Ou então ouvir, e ponto.





quarta-feira, junho 16, 2010


Vi este discurso do Žižek no 5 Dias há umas largas semanas. Revejo-o muita vezes. Fica aqui para quem tiver tempo e paciência para ouvir um discurso claro sobre a utopia da revolução e a possibilidade de concretização de um fim para o capitalismo. 



C'est quand le bonheur?

"A destabilização que a sociedade de hiperconsumo provoca [...] afecta a própria identidade das pessoas excluídas do paraíso mercantil. Num mundo invadido pelo mercado, a pobreza ganha um novo rosto, até por terem desaparecido as antigas culturas da pobreza. A maioria actual foi educada num universo de bem-estar e todos aspiram a fruir o consumo, os lazeres e as marcas. Cada indivíduo, pelo menos em espírito, é um hiperconsumidor. Os que foram educados num cosmos consumista e não podem beneficiar dele vivem a sua condição com um sentimento de frustração, de desvalorização de si e de fracasso pessoal. Numa época de consumo excrescente, o subconsumo é portador de exclusão, de vergonha de si, de auto-estigmatização: pedir ajuda social, poupar no essencial, estar atento a todas as despesas, privar-se de tudo, não poder limitar as despesas ao rendimento anual. Nos nossos países, embora o capitalismo de hiperconsumo tenha feito desaparecer a miséria absoluta, faz agora aumentar a miséria interior e o ressentimento dos que não podem ter acesso à felicidade consumista prometida a todos, por viverem uma "subexistência".
[...] É nestas condições que aumenta uma desorientação que, sem ser niilista, não deixa por isso de ser importante."

in A Cultura-Mundo, Resposta a uma Sociedade Desorientada | Gilles Lipovetsky, Jean Serroy: 2010 | Edições 70

terça-feira, junho 15, 2010


           hoje é dia de ...


I started out in search of ordinary things | How much of a tree bends in the wind | I started telling the story without knowing the end |

I used to be darker, then I got lighter, then I got dark again | Something to be seen was passing over and over me | Well it seemed like the routine case at first | With the death of the shadow came a lightness of verse | But the darkest of nights, in truth, still dazzles | And I woke myself until I'm frazzled |



I ended up in search of ordinary things | Like how can a wave possibly be? | I started running, and the concrete turned to sand | I started running, and things didn't pan out as planned |

In case things go poorly and I not return | Remember the good things I've done | Done me in |

Jim Cain_Bill Callahan_Sometimes I Wish We Were an Eagle






(esta música nunca esteve aqui. mas passou muito tempo do lado de cá)







Era uma vez a Joana e o Jerónimo. Um dia acordei e eles tinham feito um disco com músicas bonitas.






Birds are Indie on My Space



domingo, junho 13, 2010



.


Esta foi muito tempo a música que me trazia o Verão de volta. O Verão da vida simples. Hoje voltei a Agosto.










revisto ontem, confirmo. por aqui é um favorito. 
sobre inícios, sobre a arquitectura do sentir, o medo do que é novo e o segredo dos silêncios. ou então sobre nada disto. 

John and Mary [1969, Peter Yates]

terça-feira, junho 08, 2010






amanhã espero ter alguma coisa inteligente para dizer.

quinta-feira, junho 03, 2010
















La Palisse wants to be your friend on facebook


(imagem via Daily Bookmark)

sabia a espectacularidade da vida. por isso percorria a possibilidade de outras existências: queria conhecer tudo o que é finito no ser. saltava entre a realidade dos dias e a promessa do mar imenso. por vezes caía. tropeçava em imagens turvas que não existiam. depois da queda regressava sempre à cadeira onde pousava os sonhos em fila de espera. "estás presa", diziam-lhe aquelas paredes que a rodeavam todos os dias. entre a ficção e a triste verdade de existir ficou sem pele. e deixou de sentir. 



terça-feira, junho 01, 2010




au revoir Louise ... 








Louise Bourgeois | 1911 | 2010


domingo, maio 30, 2010









la jetée_ chris marker | 1962






 *


der amerikanische freund




*dennis hopper by roddy mcdowell |1951



terça-feira, maio 25, 2010

home is where the soul finds peace


quarta-feira, maio 19, 2010



Às vezes é bom andar para trás e sentir coisas antigas






 Au revoir simone / Through the backyards 

terça-feira, maio 18, 2010






Pelas Sombras


(Prémio do Público e Prémio Signis)



Documentário, Portugal 2010, 83', Beta Digital PAL



Argumento: Catarina Mourão, Lourdes Castro 



Fotografia: Catarina Mourão 



Som: Armanda Carvalho 



Montagem: Catarina Mourão, Pedro Duarte 



Produtor: Catarina Alves Costa, Catarina Mourão, Patricia Faria 

Produção: Laranja Azul, Lda
Um filme que nos faz mergulhar no universo de Lourdes Castro, monstrando-a no seu quotidiano, na casa que construiu com Manuel Zimbro (falecido em 2003) na Madeira. ?Vem ver a pintura que estou a fazer. Um bocado grande, não cabe em museu nenhum. E tão pequena, tão pequenina que todos que passam por aqui nem dão por isso. Uma tela com forma esquisita. O que vale é que não é preciso esticá-la. Por si só, ela está sempre pronta a receber pinceladas, ventos, estações, chuva, sol....". PELAS SOMBRAS ultrapassa largamente o formato de "documentário sobre artista" para ser um belíssimo e cúmplice retrato de uma das mais singulares artistas portuguesas. Rectificação: Contrariamente ao referido no programa impresso do festival, "Pelas Sombras" não resulta de uma encomenda do Museu de Serralves para complementar a exposição retrospectiva da obra de Lourdes Castro inaugurada no passado mês de Fevereiro.



Extensão IndieLisboa | Faro | 19 Maio | IPJ | 21h30










CYCLE MECHANICS 

Mostra de arte internacional e pluridisciplinar que procura
reflectir e polemizar o mundo tecnológico que habitamos,
explorando as intersecções entre a performance teatral,
as ferramentas audiovisuais e os novos media instaladas hoje
na produção contemporânea de teatro e vídeo.
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Nascido da fusão de dois eventos: o (Re)Ciclo, ciclo de teatro do CITAC
Video Mechanics, mostra de video da produtora PUTSOME...

CYCLE MECHANICS apresenta uma programação internacional
e pluridisciplinar que conta com a apresentação de peças de
teatro, mostras de video nacionais e internacionais, três workshops
nas áreas de fotografia, performance e VideoJamming e por fim de
uma exposição.

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28 MAIO | 21:30-23:30 | Sala Estúdio CITAC
VIDEO MECHANICS II CICLO DE VÍDEO ARTE.Coimbra | Portugal

Pode-se entender a video arte enquanto forma expressiva do
domínio das artes visuais e das novas tecnologias multimédia, manipulação
e produção de imagens e espaço por meios electrónicos
e digitais. Actualmente o campo da vide arte é muito abrangente
podendo definir-se vários ramos: vídeo arte, instalação vídeo, vídeo
performance, video jamming, entre outros.


31 MAIO e 01JUNHO | 
 
21:30-23:30
 
 | Sala Estúdio CITAC
MÍVICO´09 MOSTRA INTERNACIONAL DE VÍDEO ARTE. Ponteareas | Espanha

Mostra de vídeos selecionados que foram apresentados no festival
em Outubro 2009.
MÍVICO, é un proxecto, unha mostra, un experimento, unha festa...
onde interactúan distintas manifestacións artísticas que atopan o
seu punto de cohesión na experimentación e exploración visual: a
videocreación, o videoarte.
 

07 e 08 JUNHO | 
 
21:30-23:30
 
 | Sala Estúdio CITAC
FUSO FESTIVAL ANUAL DE VIDEO ARTE INTERNACIONAL DE LISBOA. Lisboa | Portugal   

Mostra de vídeos selecionados que foram apresentados em Julho 
 
2009.
O programa abrange várias correntes artísticas e as obras em 
 
mostra 
são maioritariamente ligadas à performance, dança e 
 
documentário,de criação europeia, norte e sul americana, e médio
 
-oriental.


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INSCRIÇÕES :
 
TEL: 239 835 853
TLM: 916083186 / 916530443

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